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domingo, 24 de julho de 2011

Exame da OAB!

Semana seguinte à aplicação do exame de ordem para ingresso de bacharéis em direito na OAB é sempre movimentadíssima!
Eu comprei uma coleção de livros, 17 obras maravilhosas com linguagem simplificada para me dedicar aos estudos para esta prova até que descobri a gravidez e um turbilhão de coisas-mais-importantes foram se contrapondo a estes na minha lista de prioridades... Resultado: me inscrevi, mas não paguei... Não fiz a prova e vi muito pouco sobre ela, na realidade! Não posso sequer falar com conhecimento de causa, pois hoje o único assunto do qual entendo com louvor (todas aplaude) é de enxovais, coisinhas de bebês, obstetra, pré-natal, chá de fraldas e afins...
Contudo, há muito tenho opinião formada sobre uma coisa que vi muito se falar nas redes sociais, gente "xingando muito no twitter" e decidi me posicionar também sobre isso!

Vamos lá...

Comenta-se que, mais uma vez, a prova elaborada pela FGV foi desonesta com os candidatos, que exigiu muito mais do que eles precisariam, de fato, para o exercício da profissão, com um nível muito maior do que os profissionais que existem e atuam conseguiriam responder.
Os índices não deixam dúvidas que existe um problema: 11% de aprovação no último exame (89% de reprovação, por sua vez) em âmbito nacional. Resta saber se o problema está nas faculdades de direito existentes no país ou na forma de elaboração do exame, ou, ainda, nos dois (eu fico com a última opção).
Diante disso, novamente, começam as discussões em relação à necessidade da existência do exame de ordem, sobre sua constitucionalidade, recorre-se ao Judiciário a fim de que o STF diga algo sobre o assunto.
Dessa vez, contudo, no meio desta semana o Ministério Público Federal oferta parecer favorável, pela inconstitucionalidade do exame da ordem, e, consequentemente, pela sua extinção.
A OAB vai se manifestar em defesa e o STF irá decidir. Discussões dogmáticas a parte, eu quero muito dizer que souu completamente contra a extinção do exame de ordem.
Raciocinemos de forma simples e prática... A faculdade de direito forma bacharéis em direito e não advogados, mesmo porque, se formasse advogados, não poderíamos ter o leque de opções que temos a partir da apresentação do diploma. Só bacharéis em direito podem concorrer aos concursos públicos para preencher vagas de delegado, juiz de direito, promotor de justiça, procurador da república, advogado geral da união, analista judiciário, juiz do trabalho, juiz federal (preciso concluir a lista?)... Só bacharéis em direito podem realizar o exame de ordem para atuar, além de quaisquer destas profissões, como advogados.
Médicos fazem faculdade de medicina, engenheiros fazem faculdade de engenharia, enfermeiros de enfermagem e bacharéis em direito fazem faculdade de direito e não de advocacia. Por isso que nós precisamos ser submetidos ao exame para sermos credenciados como advogados.
São inúmeras as faculdades de direito existentes, só em Alagoas já perdemos as contas de quantas turmas se formam a cada semestre, de quantos bacharéis em direito são jogados no mercado de trabalho. Digo jogados porque é realmente esta a sensação que temos, de que nos largaram lá de qualquer jeito e não sabemos bem o que fazer com este diploma.
Ótimas faculdades formam alunos péssimos, péssimas faculdades, muitas vezes, formam excelente alunos. Não dá pra fazer o controle de qualidade apenas em relação às universidades, pois, ainda assim, seria vago e relativo.
Então aí a gente vê a necessidade da realização do exame da ordem, ele é imprescindível para o controle efetivo do mercado, o que só favorece os profissionais que atuarão na área, principalmente os melhores.
Hoje a prova está complicada, eu fiz a penúltima e vi o grau de dificuldade para respondê-la, mas a gente vê gente passat e pode concluir que impossível não é. Imaginem agora a valorização do profissional que foi submetido a tal prova e conseguiu obter êxito... Faz a diferença ou não? Eu acredito completamente que sim!
A prova, de fato, precisa ser revista, reinterpretada, é necessária uma urgente reavaliação daquilo que é cobrado do aluno contrapondo-se com aquilo que ele vai utilizar no exercício de sua profissão. Não há que se fazer da realização do exame de ordem um verdaidero comércio no qual os únicos favorecidos são a OAB, que recebe três vezes ao ano voluptuosas quantias pelas incrições dos alunos, os advogados já existentes que cada dia possuem menos concorrência e os donos de grandes cursinhos preparatórios que ganham milhões anualmente.

Não sei o que vai ser da minha vida profissional daqui por diante... Quando eu era bem pequena sonhava em ser arquiteta, mas a matemática me desistimulou. Quando optei pelo curso de direito eu achei que queria enveredar pela área dos concursos públicos e seu vasto leque de opções. Quando realizei meu estágio no MP vi que minha vocação era praquilo, como se, finalmentem tivesse descoberto para quê eu nasci. Quando me decepcionei com algumas coisas que vi na realidade, achei que o ramo da pesquisa fosse mais atraente... Ensinar e formar consciência, tentar fazer com que as pessoas se contagiem pelo ânimo de fazer-o-que-tem-que-ser-feito-enfrentando-as-consequências... Eu nunca me imaginei como advogada, sabe?

Aí eu me descubro grávida e com um monte de ideias na cabeça. Eu sei que posso ser o que quiser, assim me esforce para isso, mas minha prioridade é ser presente na vida da minha filha e não perder nada do seu crescimento, nem que isso signifique abdicar de alguns sonhos. Mas, de qualquer maneira, se a profissão que a vida me reserva é de advogada eu quero sê-la conforme manda o figurino. Quero estudar o suficente para passar numa prova de nível que, de fato, examine minha aptidão para o exercício da profissão e que presuma para o público a minha capacidade para assumi-la.
Acho que é bem mais uma questão de responsabilidade com o que será feito da vida dos outros do que uma realização pessoal.
Eu vi gente discutindo no twitter, pessoas que são a favor pela extinção do exame que dizia que era uma grande hipocrEsia da parte de quem defendia sua manutenção. Vamos e convenhamos que não quero me igualar no mercado de trabalho a uma pessoa que escreve hipocresia ao invés de hipocrisia. Não quero ser comparada a estes. Alguém que não sabe escrever algo tão simples não merecer exercer uma profissão tão nobre e daí já mostra os reais motivos porque defende a extinção.
Sei que a discussão é bem mais complexa que isto, mas tentei simplificar ao máximo o meu ponto de vista para que qualquer pessoa  que leia, ainda que não seja da área, compreenda a aflição de todos para que se chegue a uma decisão justa.


Agora sigo com os preparativos do chá de fraldas da minha boneca, amanhã apareço para conversarmos algo!

Beijos e bom restinho de domingo para todos.

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