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quinta-feira, 29 de setembro de 2011

O amor de uma vida...



Quem me conhece na intimidade sabe exatamente a intensidade do que eu vou falar aqui hoje e quem lê meu blog já me ouviu por algumas vezes contar alguma história sobre "ele" e poderá compreender minimamente o tamanho da minha dor, dor que resolvi dividir com vocês através das minhas palavras para tentar fazer com que ela pese menos para mim. Difícil, mas tentemos.
Terça à noite eu me arrumava para sair, para ir para o meu jantar de aniversário com os meus amigos quando meu telefone tocou, eu atendi e uma amiga pediu para falar com a primeira pessoa que estivesse ao meu lado. Passei o telefone pra Marcia, elas conversaram e depois surgiu um clima de, no mínimo, estranheza, que tornou o ambiente meio inócuo. Chamei minha amiga no quarto e, imediatamente, perguntei: aconteceu algo com ELE?! Ela respondeu: não, menina! Então passei a imaginar a segunda coisa que poderia se passar pela minha cabeça: estão me organizando uma festa surpresa, afinal, aniversário é dia disso né? Festa, comemoração e presente...
Entro num carro onde estão três das minhas melhores amigas e elas, se olhando, se perguntaram se já podiam falar e a Marcia começou, da seguinte maneira: sabe o que você me perguntou no quarto? Sei, o que houve? Pois é. Acabaram de matá-lo. Fique calma, pense na sua filha... E uma sucessão de palavras que infelizmente eu não sei reproduzir, pois eu não ouvi mais nenhuma delas.
Estive diante da realidade mais triste dos meus 25 anos completos: mataram o homem a quem eu mais dediquei amor em todo minha vida.
Antes da Manuela eu traduzia o amor através do que eu sentia por ele e ele sempre soube muito bem disso. Hoje eu vejo que toda aquela loucura de sentimento tinha um grande propósito, pois havia naquela história um prazo determinado e eu não me arrependo de nada que eu fiz em função disso. E não foi pouca coisa.
Na penúltima vez que falei com ele, ainda esse mês de setembro, ele me ligou numa festa, me colocou pra escutar uma música que lembrava de mim (que eu não entendi uma palavra sequer rs) e disse: minha vida tá uma merda, mas eu sei que as coisas podem ficar melhores porque existe uma pessoa que me ama de verdade que é você... Eu afirmei que tudo ia dar certo e perguntei: você acredita em mim? Ele me respondeu de maneira firme: ACREDITO!
Eu fui a pessoa que ele sempre podia contar no momento da dor, da decepção e da tristeza, o ponto de segurança, a sua "única certeza", como ele sempre brincava, já que podia rodar o mundo, sumir, mas quando reaparecia era sempre com o meu ombro, o meu carinho e o meu amor que ele contava.
Nem ele acreditava, às vezes, na força que existia nesse sentimento e olhava para minha eterna disposição em ajudá-lo e dizia: tu é doida, tu me ama, né?! Eu nunca respondi com palavras, porque só em olhar para ele já dava perfeitamente para qualquer pessoa saber a resposta.
Uma vez escrevi uma carta para falar um monte de coisas pra ele, em um dos meus dias de cansaço, e pedi pra que a nossa amiga comum entregasse. Uma hora depois ele manda uma mensagem para ela dizendo que aquela carta foi pra acabar com ele e que estava sentindo uma dor muito grande no coração, que se fosse pra eu sofrer era melhor ele sofrer no meu lugar. Ele era exatamente essa pessoa. A pessoa que olhou para mim e, diante da realidade do que era sua vida, foi muito justo em pensar que não era o tipo de vida que ele queria para mim e dizer: vai estudar, Renata, é melhor pra você. Ele teve um coração gigante quando por tantas vezes me colocou em condição superior: a Renata é muito boa pra mim, não posso fazer isso com a vida dela.
E cada vez que ele se sentia perdido, muito triste, que ele tinha vontade de ser alguém melhor, era pra mim que ele telefonava, buscando um recomeço, já que sabia que eu me colocava em total disposição para realizar, independentemente de estar com ele ou não. Acima do homem, eu queria para a pessoa dele um bem maior do que eu sempre quis até para mim mesma. Quantos planos nós já fizemos ao longo desses 3 anos e 4 meses, e nem digo sobre planos de amor, planos de casal, mas planos de vida, projetos de mudança e de felicidade para ele, já que por trás de tanta euforia daquele coração ansioso, eu e ele sabíamos que existia um vazio muito grande, uma eterna busca para preencher o infinito do seu coração. Mas, infelizmente, ele tentava preencher com coisas que perecem e se acabam facilmente, só aumentando o tamanho do buraco interior. Ele me falava: eu brinco assim, mas o meu coração tá doendo muito. Renata, eu quero mudar, eu preciso mudar. Tem muita gente falsa e interesseira nesse mundo, e reconheço as pessoas que gostam de mim de verdade.
O seu grande problema foi que, apesar de reconhecer, ele gostava de parecer querido por muitos e sua intensidade em viver tudo que podia viver por minuto o fez adiar tantas vezes esses planos de calmaria e paz, porque eles implicavam renúncias as quais ele nunca se disponibilizou em realizar. Felicidade se constroi a longo prazo, mas ele tinha muita pressa para pousar numa edificação tão demorada, preferia o fugaz, o breve, o prazer momentâneo que ele podia comprar e repetir por quantas vezes fossem necessárias para se satisfazer, até voltar pra realidade e cair no pranto profundo novamente. E era no lugar da dor que eu estava esperando por ele, sempre. Enquanto todo mundo lembra dele como aquela pessoa alegre, brincalhona, um verdadeiro palhaço, as lembranças mais fortes que eu tenho do amor da minha vida é de choro, de muitas lágrimas, de abraços apertados, onde só estávamos os dois... de muita esperança. O homem valente que dava lugar ao menino medroso que eu amava e cuidava com devoção.
A mim, pouco interessa o que ele representava para os outros, enquanto o mundo sempre o via como alguém sem saída, sem jeito, para mim, ele nunca deixou de representar uma possibilidade. Eu sempre tive esperanças de que ele podia se tornar alguém melhor. Melhor não para mim, nem para os outros, mas melhor para ele mesmo. E eu nunca desisti dele, porque eu conhecia o seu coração. Um monte de gente sempre me dizia: você tão metida a certinha, honestinha, muito me espanta essa súbita paixão eterna, sem limites. Eu vivi esses anos todos como sendo uma contradição de mim, mas eu não me arrependo nem um pouco. Hoje eu sei que dei amor para quem precisava dele, apesar de eu ter sofrido MUITO (com letras maiúsculas), ter chorado MUITO, desse amor ter doído muito no meu peito e ter me feito fazer um monte de coisas insanas e ter ido embora agora sem nunca ter me dado tchau verdadeiramente, ele foi tendo certeza que teve de mim sempre o meu melhor.
Com os anos e a maturidade eu compreendi que sentimento se vive dentro da gente e não é preciso dar a cara pra o mundo bater pra demonstrar que o amor mora em nós. O meu amor passou a se resumir como fato conhecido por mim, por uma mão de amigas e por ele, apenas. Eu respeitava suas escolhas, seus relacionamentos e sua vida, mantendo-me fora dela pelo tempo que ele julgava necessário que fosse, até que sempre, como num ciclo, ele voltava, por pouco tempo. Mas agora ele foi embora pra sempre e no dia do meu aniversário, para que eu nunca mais esqueça, como se isso fosse possível.
E eu fico aqui pensando que não descobri uma forma de amar outra pessoa que não seja ele, mas o Deus que sabe de todas as coisas me deu alguém para quem eu pudesse dispensar todo esse amor, que é a minha filha, pois se não fosse ela, essa dorzinha que tô sentindo se transformaria num desespero que me levaria ao fundo do poço, do jeito que o diabo gosta.
Agora eu pego o meu celular pra reler o histórico de mensagens que ele me enviava e paro pelo tempo que acho necessário, como quem quer decorar, leio mais que todas as outras a seguinte mensagem: "cuida da bebê"! É isso que eu tô tentando fazer, da melhor forma possível, é isso que eu vou fazer de agora em diante, pelo resto da minha vida: recolher meus cacos e cuidar da minha bebê!
Eu tô triste, mas vou ficar bem, com o tempo. O único alívio que sinto é pensar que depois dessa dor, que é a maior que eu já senti, até o dia de hoje, nada poderá ser pior, então eu preciso ficar bem, por mim e pela Manuela, principalmente.
Eu resolvi escrever pra aqueles que seguem fórmulas prontas do amor, aquelas que dizem: se quiser ligar, não ligue, deixe que ele ligue pra você; se quiser ver a pessoa amada, se faça de difícil, que ela vai atrás de você; entre tantas outras baboseiras que costumam pregar por aí... A vida é um sopro e a gente só sabe disso quando ela cessa pra alguém que a gente ama muito. Dispense amor necessário às pessoas na medida em que a sua consciência te diga que você esgotou todas as possibilidades e que seu coração pode, agora, dormir em paz. Eu fiz isso.
Agora eu encerro forçadamente um ciclo da minha vida que se resumirá em saudade, lembrança e certeza.
Eu sei que ele está em paz, agora. Quando meu coração estiver menos ansioso e aflito vou dedicar-lhe o melhor das minhas orações, por enquanto, estou travada por uma angústia que dá vontade de rasgar o coração de dentro pra fora para arrancar esse bichinho que insisti em maltratar, e arrancar com a mão mesmo. Faz parte do processo, eu compreendo, aceito e vivo cada etapa.
Agradeço a ele por ter feito parte dos meus loucos anos e por ter me feito amar de uma forma tão livre, agradeço também a oportunidade de continuar, mesmo com o coração sangrando...
Agora eu vou, em breve volto, pessoas! Obrigada pelo carinho!

14 comentários:

  1. Sem palavras!!
    Mas enfim..mt força nesse coração pra seguir em frente! Um beijo, TE AMO!

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  2. Você conhece essa história, né amiga?! Beijos

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  3. Emocionante, sem palavras.. devo imaginar a dor que vc esta sentindo! Força..
    beijosss =*

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  4. Amiga lembrei de uma cunverse nossa um dia desses sobre ele... =/

    fica bem viu?! bjuu


    Paty!

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  5. Ow belíssima, fiquei sem palavras aqui!Mas se eu tivesse como fazer algo por vc eu tiraria um pouco dessa dor e sentiria por/com vc.

    Mas os seres humeanos não tem essa habilidade, então vou apenas rezar por vc.

    E vc já sabe que qualquer coisa pode contar comigo, mesmo que seja apenas pra não ficar com vcs.

    Te amo! Acredito que Manu vai te ajudar muito nesse momento!

    Carla Simony

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  6. E eu que conhecia tão bem essa história, começo, meio e fim, tô aos prantos aqui.Amo vc meu amor e Papai do Céu vai tá cuidando dele por nós!

    Almyra

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  7. Poderia dizer mil coisas...Mas não consigo, ainda me encontro estagnada, lembrando de vários fatos, de como é difícil descrever um amor, mas você minha amiga com esse dom que Deus te deu, descreve perfeitamente o quanto é belo e ao mesmo tempo doloroso esse sentimento!!

    Amo você e mesmo um pouco afastada...Você e Manu sempre estão presentes em minhas orações!!

    Natália Carine

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  8. Querida Renata, apesar de n te conhecer com intimidade te conheço apenas de vista, fiquei emocionada com suas palavras. Eu como prima estou muito triste e inconformada com o q aconteceu e triste pelo q estão postando sobre ele. Mas as suas palavras nos conforta ao ver q ele era muito querido tb. Bjus! Se cuida! Lílian Menezes

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  9. Conheço sua história, e você conhece a minha, estamos muito triste com essa perda, só quem conhecia dudu sabe o quanto ele tinha um coração bom, cheio de dúvidas, medos. Também vi dudu chorar como um menino quando pede ajuda, estou sofrendo muito pq se o tempo voltasse gostaria de ter me despedido, ter dado mais conselhos, ah como eu queria que Deus tivesse me dado oportunidade de mudar a vida dele, queria saber se ele está bem, n tive oportunidade de conversar com ele estávamos afastados por vários caminhos diferente que tomaram nossas vidas, enfim, peço a Deus todos os dias que perdoe seus pecados e através dessas palavras e de minhas orações presto minha solidariedade, e mando uma msg pra ele, DUDU FICA EM PAZ!!!

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  10. Queria muito que esse último anônimo se identificasse! Sinto a mesma coisa que você. Um beijo

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  11. depois te conto pessoalmente... fica bem ta? bjus

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  12. Descobri o seu blog por acaso, e nunca mais deixei de visitar e ler seus posts! Apesar de nao te conhecer acho lindo e digno o amor e a dedicação que vc tem por sua filha! Coonfesso que fiquei muito emocionada com o seu texto, pois eu, como jornalista, jamais conseguiria transcrever tao bem... Sei que vc esta trista, mas lhe dou os parabens: primeiro pelo blog, segundo pelo seu amor pela Manuela e terceira pela sua força! Continue sempre assim... e lembre-se: onde quer que ele esteja, ele esta orgulhoso das suas palavras e do seu amor! Parabens, força e Boa Sorte no parto... que Deus abençoe vc e sua filha...

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  13. Obrigada Tamires, muita obrigada mesmo! Um beijo enorme :*

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