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segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Eu diria que...



Essa semana minha mãe comentou comigo sobre uma colega dela que também está grávida. Ela estava me falando que na ultrassonografia foi detectado que a bebezinha possui alguns problemas de saúde, dentre eles, síndrome de down e hidrocefalia, e, desde então, eu tenho pensado muito nessa família e em tudo que eu poderia dizer para eles, se tivesse intimidade.
Não sei se eu sou normal, se isso acontece com tudo mundo, mas na semana que antecedeu a primeira ultrassonografia morfológica da Manuela eu pensei muito na possibilidade dela ter algum tipo de doença grave que eu detectaria na semana seguinte, quando da realização do exame. Imaginei, vivi na minha cabeça aquela situação por alguns momentos, fui procurando em mim algum tipo de força que eu não sei se existia para o caso de ter que lidar com aquele momento. Eu sofri por alguns instantes o peso de uma notícia que poderia chegar, para não ser pega por ela de surpresa. E eu acredito muito que Deus fala e age conosco e em relação a nós através das pessoas, tanto que no dia do meu exame de gravidez, antes de pegar o resultado eu lembro muito bem que fui fazer depilação lá na Belly, que estava grávida na época, e ela e uma prima que estava ajudando a me depilar ficaram o tempo inteiro falando sobre filhos, sobre gravidez, sobre o prazer de ser mãe e maternidade aos 20 e poucos anos... Parecia que elas sabiam que em pouco tempo eu ia buscar um resultado que ia mudar pra sempre tudo que eu entendia como sendo vida.
Na semana que antecedeu meu exame morfológico a minha amiga Marcia, pessoa com quem eu mais falo sobre a vida, sobre Deus, com quem eu mais divido as coisas em que acredito, me mandou um vídeo que me fez cair em prantos. Vou colar o link aqui e gostaria de que todos vissem com o devido cuidado e carinho. Eu nem tinha falado com ela sobre essa minha sensação, esse medo involuntário, nem com ela, nem com ninguém, mas Deus sabia e a usou para me responder de uma forma direta, a todos os meus questionamentos para aquele momento.

http://www.youtube.com/watch?v=5zcPbeYHEgg

O vídeo foi esse e eu entendi que naquele momento Deus estava me dizendo que eu não deveria me importar com o resultado daquele exame, seja ele qual fosse, mas que eu não poderia, sob hipótese nenhuma, deixar de amar muito, nem por um segundo, essa semente de vida que é a minha filha.
De qualquer forma, à revelia das tradições, coisa que é bem a minha cara, eu preferi ir sozinha pro ultrassom da Manuela. Minha mãe quis me acompanhar e eu não queria, quando falei pra o meu médico ele sorriu, disse que nunca antes tinha visto nenhuma paciente que preferia receber todas as notícias sem ninguém por perto para se alentar.
Eu não me sinto no direito de dizer que DEU TUDO CERTO, pois se fosse outro o resultado eu não me disponho a acreditar que teria dado errado, mas uma coisa é fato, minha filha é saudável e está desenvolvendo-se muito bem, melhor do que o esperado por mim e pelo meu médico.
A gente pensa muito no que Deus quer falar para nós quando vamos receber o resultado de um exame assim. Uma criança saudável é um mérito meu? Uma criança portadora de alguma deficiência seria o pagamento por algo de ruim que eu fiz? É esse o Deus em quem eu acredito? NÃO, não é.
Quando eu respondi essa última questão as coisas começaram a ficar mais claras para mim naquela semana atordoada. Talvez e muito provavelmente fosse isso que eu gostaria de dizer pra os pais dessa criança que estar por vir, se eu tivesse essa oportunidade.
Não existem culpados, não existem certos e errados, não haveria fórmula secreta escondida em lugar algum do mundo que faria com que a situação fosse posta de maneira diferente. Acabei de assistir um filme, "Cartas para Deus", no qual uma criança de oito anos estava com câncer e escrevia cartas sempre que queria dizer, pedir ou agradecer algo a Deus, enviando-a pelo carteiro de sua rua. Quando ele foi voltar a escola, carequinha, um coleguinha de classe ficou zoando e ele foi conversar com um idoso, seu vizinho que, prontamente, lhe disse que aquele garotinho estava com inveja dele. O menino, doente, não compreendeu como uma criança saudável poderia estar com inveja dele por ser doente, e, então, o velhinho lhe respondeu que ele estava com inveja da missão que Deus tinha lhe confiado, de ser seu guerreiro, o Guerreiro de Deus, alguém que lutava pela vida, apesar dela lhe parecer desfavorável e sempre dava o seu melhor.
Acho que é bem isso! Nada mudaria o fato de que eles foram escolhidos por sua capacidade para enfrentar a situação e, mais do que isso, para ocupar a posição de Guerreiros de Deus.
Eu sei que a gente diz que não deseja ter um filho portador de deficiência por ele, por causa do preconceito que ele vai sofrer, da dependência que ele sempre vai ter em relação aos outros, ou coisas desse tipo, mas, na realidade, não nos damos conta de que na maioria das vezes, não queremos uma pessoa com algum tipo de dificuldade por causa, pura e simplesmente, de nós mesmos. Nós que não queremos ter que enfrentar o preconceito dos outros, não queremos disponibilizar mais do nosso tempo do que pretendíamos para com um filho, não queremos uma pessoa dependente de nós por mais tempo do que deveria ser. É o nosso egoísmo que nos limita diante das possibilidades e nos cega diante dos privilégios que a vida nos concede.
Eu, particularmente, hoje sinto muito mais por uma mulher que não pode ter filhos ou por uma mãe que sofre um aborto, ou, ainda, por aquela que num momento de desespero provoca um aborto, do que por uma mulher que tem a notícia de que será mãe de uma criança com algum tipo de deficiência, dificuldade.
A maternidade é um presente e a não permissão dela, essa sim deve ser considerada como uma perda sem limites.
Sofrer por antecipação por uma dor que poderia vir me fez amadurecer em relação à vida da minha filha. Só assim eu pude compreender que sua vida não me pertence. Eu não sou dona da Manuela e por isso eu vejo o quanto devo respeitá-la, nos mínimos detalhes. Acho que isso aumenta o meu compromisso e tira de mim a ilusão de que ela é uma boneca com a qual vou brincar de casinha por algum tempo. O dono de sua vida é Deus e ele fará dela o que for o melhor, ainda que o melhor seja o pior para mim, para minha compreensão humana e mesquinha. Mas dependerá muito de mim a forma como ela vai enxergar essa vida, como vai conduzi-la, como terá força pra enfrentar as dificuldades que venham a surgir, ainda que ela seja uma criança saudável, eu poderei dar o tom na capacidade da minha Manuela de se superar e de ser melhor para os outros.
O que eu poderia dizer pra família desta menininha que está por vir é que exatamente TUDO pode se converter em graça ou maldição, dependendo exclusivamente da forma como olhamos. Eu pediria pra que eles assistissem esse vídeo e parabenizaria pelo lugar de honra que lhes foi dado por Deus. Eu os abraçaria forte e diria que são três vitoriosos, desde já!


Bom dia! :*

Um comentário:

  1. Olha isso q vc disse é realmente uma verdade, temos sempre que estar preparados para tudo... Agradecer muito nossos bebês estarem bem, porém aceitar e amar caso eles venham a nascer com algum tipo de deficiência, afinal nós somos as pessoas que eles mais vão contar pelo resto de nossas vidas!!!
    É sempre bom refletirmos muito né?
    beijoss

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